terça-feira, 18 de setembro de 2007

O Grito

Ajuda-me a espichar a negro na brandura de um muro branco:

" O Silêncio dos sonhos não morre".

E ela disse:

"Eu sei que me ouves, mesmo quando não falo"

tinta escrita num farrapo laranja (cidade C., 1999)

Pálido


Quero-te...


Quero-te traz. O pálido gosto que me desfaz.


Nesse riso oco que para os outros te faz está o pálido gosto que me desfaz...

São gestos frágeis que te desenham o andar e eu pálido consumo-os devagar.


Num amargo suave que fica para trás e pálido se entrega ao que o desfaz.


Mas eu sei que não te dás...

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Áspero

Quando sonho sais de mim
como a sombra que desperta o meu fim.
Como faço para ser menos ruim
já que o sonho nem sempre volta aqui

áspero o desejo de ruir
aos teus pés no devaneio do cetim
áspero o sentido após o sim
no teu corpo de volúpia e festim

Quero-te aqui, para ser em ti...

Tempo Só

Arde dor suave, eu desmaio num tempo só.

Sorte a faca corta, morde as unhas, tempo só ...

A corda enleia os sentidos e marca a hora ao tempo só.

Forca numa teia a aranha mata o tempo-só...

Quando a merda é sempre a mesma e as moscas Fogem...

Ao tempo só.


F. Grifo (Cidade C. 1995)